quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O escadote na política

Vou fazendo uma terapia do riso nestes tempo de campanhas...

Os meus familiares receberam um folheto desdobrável com o programa do PSD concelhio! Vinha listado por tópicos o dito programa. Era mini , abrangente, light, acusando a dieta de ideias que os políticos de hoje têm.
Mas o que deu que falar foram os candidatos! As suas caras vinham plasmadas no folheto.

- Olha o tal?
- Ah! Não sabia que ele era acandidato? E esta quem é?
- É a Célita.
- Não, esta?
- É um Drª da escola de Ansião!
- Ai sim! Tadinha, parece meia envergonhada, na foto!
- Deve ser por se lembrar que os políticos não prestam...
- Nã gozes... A senhora é bonita, é loura!
- Nã tou gozando, nha tia. A senhora é loura, sim. Mas foi esperta. Aprendeu que estas eleições podiam ser um bom escadote pra subir...
- Ai! Todos professores, os primeiros...
- A classe tá ganhando mal, tem que se safar de outra maneira, não?
- Mas tá aqui o senhor médico, também...
- Sim, também, mas é para coleccionar presenças em lugares de destaque...espalha as influências. É que ser doutor médico de província nã se tem muito que fazer, né. Há que procurar distracção.
- Mas filho, este aqui é organico!
- Organeiro de tocar órgão...
- Fica lá bem um músico. Mas estes mocitos tão jovens já na política!
- É que a vida não está fácil, nha tia. E eles aprenderam que de pequenito é que se trepa pó escadotito...
- Tás sempre mangando, filho! Valha-te Deus! Olha, mas o rapaz da foto grande é bem parecido, sim senhor!
- Tá ver, tia, vai ter um presidente jeitoso!
- Ó filho tou só a apreciar, nã vou votar neles... Eles andam sempre a mangar com a gente, sempre...
- Lá tá você! A mangar... coitados! Querem ser dar-lhe o cartão sénior pra você ser uma velhota mais feliz... e não se importar de fazer de escadote de 4 em 4 anos.
- Mas filho eu nã quero só o cartão, quero dinheiro no cartão..
- Tá bem, mas aqui não diz nada disso, só falam em cartões para jovens e velhos..
- Falam na água? É tão cara! E nas taxas do lixo...
- Não, aqui na falam em nada disso ( Coitada, ainda não percebeu).

Voltou a ver as caras do folheto.

- Mas praquê tantos, filho! No outro dia, o ti Zé Mouco, estava a ler que só iam ficar dois!
- São muitos, sim. Têm medo de andar sozinhos. Assim juntos podem votar uns nos outros, sempre garantem votos... isto é como as redes de amizade online ( mas pra quê explicar!).Uns conhecem outros que conhecem outros e mais outros e ... Votam depois nos primeiros! É um escadote articulado.
- Tás sempre a brincar filho! Vou lidar... ha!

Isto do escadote para o poder autárquico é difícil de explicar aos idosos!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

No Rescaldo das Eleições Legislativas

Alguns foram votar. Muitos abstiveram-se. Outros tantos votaram em branco ou nulo!
Sinais dos tempos.
A política descai na prática sem qualidade. O cidadão, que não é burro, desinteressa-se.
Bom, mas os que votaram fizeram os resultados: PS perdeu eleitores, PSD teve um resultado desastroso (apesar de se agarrar ao tal deputado que ganhou para lá do sol posto!), o CDS reforçou a sua posição como força política e o BE também. Os vermelhinhos assumidos ficaram na mesma.
O PS ganhou? Era o que faltava! Então este PS ainda não percebeu que o PSD está em farrapos?
Ganhou o roto ao mal remendado, podemos dizer. E não é necessário dizer mais nada, porque só não vê quem não quer.
O melhor é nas próximas legislativas, darem o braço e formarem um só partido. Talvez se salvem, porque por este andar não auguro nada de bom.
Vamos ver como vão correr os debates ( que de debate só tem tido o nome!) no parlamento.
Vão ficar todos amigos. É deste que percebem que os votantes querem o equilíbrio das várias forças políticas, como forma de colocar os senhores deputados a trabalhar de vez!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Planeamento pensado?

O que me ri há dias com as conversas de café de alguns cidadãos de Ansião.
O tema era banal. Falavam da política de educação do concelho a propósito de um ou outro candidato pelo PSD local às autárquicas.

- Mas então, as crianças da Torre não vão para a escola nova de Santiago? Não compreendo porquê?
- Há interesses... lugares públicos para manter...
- Mas sacrificam-se assim as populações... ficam lá meia dúzia de gatos pingados? Privados de convívio? Por causa de uma junta...
- E o jardim do outro sítio... vai ser feito... mais uma junta !!!

Ri-me porque as pessoas pensam, mesmo no no intervalo do café!

Vamos lá votar... mas a pensar !!!!!!

Amigos...é o QREN!

Amigos...é o QREN que fermenta a evolução que acusa a paisagem humana de Ansião, não é?

À parte a evolução inerente às pessoas dada pela escolaridade e pelos cenários económicos que lhes propiciou uma melhoria da qualidade de vida, própria da evolução dos tempos. Muitos blocos de cimento se ergueram em Ansião... Muitas obras públicas foram feitas... Centro de Interpretação do Nabão, Pavilhão Gimnodesportivo, o Estádio, os Centros Educativos, o Centro de Negócios... Enfim, um rol de betão armado... Mas a evolução foi bonificada, por quem? Pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional! AH! Quem deu estes apoios, quem foi? Claro, foi esse mesmo!

Sem esses apoios resta saber o que veriam os nossos olhos no lugar destes tijolos armados? O que nos teriam para oferecer os senhores do poder local sem o apoio do QREN!

O que nos irão eles oferecer se no futuro se o QREN falhar... Faltarão, por certo os adjectivos de que tanto abusam os que apregoam a continuidade na mudança!

Por outras palavras, acção, dinamismo, vontade, motivação do PSD concelhio, têm sido alimentados pelo Quadro de Referência Nacional. Tenho dito.

domingo, 13 de setembro de 2009

E no Concelho, estará o PSD em Baixa/ PS em alta?

No concelho a pasmaceira política mantem-se, animada penas por um despique de atitudes estratégicas para ver quem está primeiro a dizer ou a fazer qualquer coisa.

As entrevistas dos líderes do PSD e do PS sofrem do mesmo mal: vazio de ideias;
Os programas são vagos e revelam insuficiência de acções concretas para arrastar o concelho e o país para fora da crise.
Promovem-se promessas quase explícitas para angariar votos: apoio social, o IMI, o cartão sénior, as obras de requalificação disto e daquilo…andamos por aí. Mas para quê mais?
A nível nacional não há estratégia de governação, porque terá de haver a nível local?
Restam-nos os hinos que denunciam a nossa alma de poetas esfomeados por utopias abstractas que não sabemos concretizar em realidades.
Mesmo assim o PS local está a mostrar acção. Porquê? Porque o PSD não mostra nenhuma! E a que mostra é a reboque da oposição.
Conselho: arranjem-se novos partidos, com ideias e atitudes, ok?

PSD em Baixa/ PS em Alta: O Porquê da Questão?

Hoje não vou apenas restringir-me à política concelhia. Pois o debate de ontem, entre José Sócrates e Manuela Ferreira Leite (MFL), foi demasiado evidente do estado de decadência em que se encontra a cena política, neste momento no nosso país, para que possa escrever neste blog e não falar dele.
Sócrates é um mau primeiro ministro. Não afirmo isto porque esta ou aquela razão em particular, mas baseado na avaliação do seu desempenho global como governante, que está à vista de todos, principalmente daqueles que olham para a governação com espírito crítico sem olhos de maledicência pura. No entanto, tenho que admitir que foi fácil para ele ter uma prestação muito boa, no debate com a líder do maior partido da oposição. A senhora não conseguiu fazer uma única crítica que fosse à governação do seu adversário político. Porquê? Porque o PSD está vazio de reflexão crítica, vazio de ideias, vazio de vontade política de ter no futuro um desempenho diferente do governo de Sócrates. Ainda por cima, MFL viu confirmados nos documentos que Sócrates apresentou, as decisões políticas e as ideias que corroboram as ideias e decisões por ele tomadas, ou por ele contrariadas no sentido de fazer melhor. È o caso do IMI, das SCUT, do TGV, da privatização da segurança social, educação… em tudo iguais. Com a agravante de que MFL se revela incoerente relativamente às posições que tinha no passado, porque agora, para caçar o voto, nega e silencia o que pensa sobre essas questões. E mais grave, nega o que sobre essas matérias irá fazer como 1ª ministra, se o debate de ontem ainda lhe der luz verde para chegar a tal cargo.
Concluindo: Sócrates esteve bem, apenas porque MFL esteve mal, muito mal! Esta senhora com a sua terrível incoerência, perdeu a noção do que é estar numa candidatura para ser governante de um país: não tem programa, não tem ideias, anda desnorteada a posicionar-se ente o não e o nin para ganhar votos. Ou seja, mantém uma postura retrógrada de candidata a eleições: nada dizer, não prometer para não se comprometer. Afirmar o contrário do que diz o adversário. Contrariar, dizendo mal, daquilo que faz o adversário. Enfim, estar no não e no nim, no assim assim, que eu quero é ir para lá e fazer o que tu fazes ou pior, ainda!
Nunca pensei chegar a ver uma figura política fazer um figura tão triste num debate público para todo o país! Esta senhora revelou-se aos olhos do país um poço de incoerência (um terrível defeito numa pessoas e muito mais num político!)
Com este cenário o que resta para os muitos autarcas do PSD que lhe seguem a pisada, por este país fora? Serem também eles incoerentes, terem um programa de trabalho vago e inconsistente, salpicado de pequeninas ideias sem ideia nenhuma, levarem os velhinhos da região a Fátima, dançarem o tango ou corridinho nas festas populares e apanharem o voto com umas cervejolas ensopadas em carne assada numas festas do partido, u nas inaugurações apressadas das obras que deixam para a posteridade a sua griffe de altos aleijados funcionários do estado?
Nada mudou. Está tudo na mesma! O centralão quer agarrar-se ao poder banhando-se em águas mornas, dando esmolas aos pobrezinhos e acenando que assobiando para o ar às questões polémicas para papar os votos!
Meus senhores deixo-vos aqui um comentário que apanhei e que traduz o que penso:

«O que ontem se viu foram duas pessoas que tentarem justificar o injustificável. Os outros, por vaidade, oportunismo ou incompetência esgrimem argumentos de ocasião. Já não restam políticos que trabalham efectivamente para o bem do país. Infelizmente MFL desiludiu-me. O engenheiro há muito que o tinha feito.
Esperemos para ver qual dos dois nos vai desgovernar nos próximos 4 anos, se os eleitores continuarem a andar distraídos.
E não é pessimismo nem optimismo. É apenas o que temos.Enfim, MFL mostrou quem é que está melhor preparado para governar Portugal ( ou seja, para o deixar afundar mais lentamente!! Sócrates, infelizmente!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Os bilhetes para o Circo

Estava eu tranquilamente a tomar um café quando fui abordado por um catraio que me queria vender bilhetes para o jantar do PSD, melhor dizendo, para o jantar de apresentação da candidatura do Dr. Rui Rocha, no dia qualquer coisa de Junho!
Fiquei surpreendido com estas novas formas de congregar pessoas para apoiar candidatos ao poder local.
Antes os apoiantes congregavam-se livremente, por sua espontânea vontade, por empatia ou simpatia com o candidato, ou candidatos. Porque se reviam nas suas ideias, nas suas condutas, nos seus ideais. E fazia-se o comício a ar livre, no meio do pó da rua, em recinto aberto para que outros viessem escutar também…
Agora, vai-se de porta em porta, de mão estendida a pedir em voz murmurante, «Um bilhete de 5,00, para o jantar do PSD, por favor!» Como quem esmola!
Esmola-se o apoio. Esmola-se o voto. Como se de um circo pobre se tratasse, onde as feras esfomeadas esperam o momento magnífico da actuação e depois das luzes apagadas cogitam na incerteza do estômago satisfeito!
«Vai um bilhete para o jantar do Dr Rui Rocha! São só 5.00!» - tentava convencer o rapaz os que por ali paravam.
Indaguei. «Então onde é o jantar?»
«É no Centro de Negócios.» respondeu prontamente o jovem.
Percebi! O espaço era simbólico. Ia fazer-se um negócio. Uns davam o circo e o pão, em recinto fechado, como se de uma arena se tratasse. Outros aproveitavam o jantar subsidiado para ver a festa, saindo da penumbra das suas cozinhas solitárias para um cenário com tonalidades de revista cor-de-rosa. Iam ser fotografados, ser vistos e ver, sacudir as palmas carecidas de emoções reais e verdadeiras. Mas lá estavam. A olharem-se. Traindo secretamente aquela pretensa união no íntimo do seu pensamento com a certeza de nunca serem apanhados!
«Vai um bilhete para o jantar do Dr. Rui Rocha! São só 5.00!»
Abandonei a mesa de café onde fui assediado por uma motivação política. Livrei-me da voz insistente do tonto do rapaz! E não pude deixar de sentir asco pelo o provincianismo pós-moderno da política portuguesa, tão agarrada ao marketing, ao marcador de pontos, que, na sede da vitória a todo o custo desce à esmola, à pedinchice, ao abalroamento do cidadão no seu trajecto pacato do quotidiano, para encher com número gordo um evento que esmague a oposição e deixe de boca aberta o saloio, com o poder e a majestade das massas, levando-o a convencer-se «É neste que vou votar»!
Senhoras e senhores o circo vai começar!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Vitória do PSD para as Europeias! Podemos aprender uma lição a nível concelhio?


O PSD conseguiu colocar-se em primeiro lugar nas eleições para o Parlamento Europeu.
A vitória foi merecida?

O mérito desta vitória foi :

1- O estilo trauliteiro do PS: o estilo impertinente, autoritário, com o gosto demasiado vincado no achincalho, no nome feio, e na procura do erro do adversário, assente no fait divers e do piropo nervoso e despropositado de que faz uso nas televisões, na AR, nas visitas públicas, em todo o lado.

2- As políticas desastrosas do PS: na saúde , na educação, na economia, na segurança…! O querer governar à força contra tudo e contra todos ao estilo dos ditadores da América latina! Não ouve as pessoas, esquece-as porque os seus imperativos não são as pessoas, nem o respeito pelas mesmas.

3-As posturas erradas do PM: assume um estilo de vendedor de Magalhães a toda a hora, de fabricante de spots publicitários, de maratonista queque, de lambe botas dos ditadores… à força de querer proveitos fáceis. ( falta-lhe trabalho pensado e reflectido de gabinete!).

4- A falta de jeito para estadista do PM: um PM não deve misturar governação com campanha eleitoral. Não pode misturar corridas com visitas de estado. Não pode fumar nos aviões depois de ter proibido o fumo em espaços fechados. Não pode usar o tempo de antena do telejornais para fazer campanha pelo PS ( este PM tem uma noção errada de estadista! Mistura tudo e considera-se acima de tudo! Tem falta de sentido de estado!).

5- A falta de ideais e convicções: tem convicções erradas ( veja-se a teimosia do TGV!).

6- O descontentamento do povo a quem já falta trabalho e comida!

7- O estilo correcto e educado e ético de Paulo Rangel, um estilo a que não é indiferente o conhecimento e a sabedoria do candidato e a boa formação moral, o seu sentido de responsabilidade pública.

8- A tenacidade e serenidade de Manuela Ferreira Leite que resistiu ao estilo trauliteiro das bocas do PS e aos vários barcos que derivam dentro do seu próprio partido.

9- À perspicácia de muitos eleitores que sabem ver, sabem pensar e sabem votar ( não muitos tendo em conta os que ainda embarcam na propaganda de foguete de aviário do PS e os que não querem saber da política para nada, graças ao descrédito em que os políticos caíram).

Conclusão: O PSD ganhou pelas virtudes de Paulo Rangel, pelo seu bom trabalho e pelos vícios e mau trabalho do PS, partido do governo, bem como pelo desespero dos portugueses que ainda votam convictos de que é necessário inverter o estado actual do país.

Agora atenção PSD local: SE fosse eu ao candidato do PSD concelhio não convidava Passos Coelho para o Jantar de Candidatura do Dr. Rui Rocha. Por acaso não é esse senhor um dos adversários críticos de Manuela Ferreira Leite? Não contribui ele para uma fissura interna do PSD. Não colocou ele com as suas posições à margem das ideologias de Manuela Ferreira Leite, o PSD em perigo de derrota (olhem o caso da votação sobre a proposta de suspensão da avaliação dos professores … os deputados do PSD faltaram… e Passos Coelho, ao contrário de Manuela Ferreira Leite era contra a votação a favor!).
Onde esteve Passos Coelho ontem quando o PSD com Paulo Rangel de Ferreira Leite assumiram a vitória? E agora o que é que esse senhor tem a dizer?

Acho que devem pensar nisso, porque uma coisa são as Europeias, outras são as legislativas e as autárquicas e o povo votante não é parvo, sabe diferenciar as pessoas!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Mudança na Continuidade!

Há uma tendência dos portugueses para serem conservadores na escolha das lideranças. E, neste concelho verifica-se essa preponderância típica.
Na política e nas instituições o concelho mostra-se conservador desde sempre.
Vejamos, é o mesmo partido que lidera há anos o poder local.
Nas escolas públicas do concelho verifica-se o mesmo, são as mesmas pessoas que assumem as chefias, apostando em pequenas variações nas equipas de trabalho.
As lideranças, é uma tendência notória, perpetuam-se mesmo que nos bastidores as suas incompetências sejam apontadas e no palco da actuação essas mesmas incompetências sejam notórias. Perpetuam-se, mesmo que sejam ineficazes! E, são toleradas!
O porquê desta monotonia de permanência nos poderes maiores e menores pode ter várias explicações:
1- Os eleitores sentem-se inseguros perante pessoas diferentes. Temem deixar de poder ver os mesmos defeitos e, de com isso, perderem o direito à censura.
2- Os eleitores sentem-se inseguros perante a possibilidade de mudança porque temem a possibilidade da competência e com ela a falta do pequeno compadrio que mina os subterrâneos dos poderes e garante as escaladas de alguns ambiciosos (e nunca se sabe quando eles, os eleitores podem ser esses ambiciosos!!).
3- Depois há todo um clima salazarento que bafiosamente ainda paira nas cabeças dos portugueses deste município que não os deixa arriscar fora dos que estão fora do poder, com medo que por eles estarem no poder, não deixem nunca de estar e, de depois serem os seus perseguidores, caso não os tenham eleito .
4- Votar nos mesmos garante tudo: a segurança de não dar um aval aos erros dos outros que não estão, nem nunca estiveram no poder e de quem têm alguma inveja secreta que esteja.
É por isto que, fartos da falta de mudança e da monotonia de serem sempre os mesmos, sem oposição que se veja, os do poder inventam umas expressões giras que fazem de conta que há mudança mas fica tudo na mesma «Mudança na continuidade».
Podíamos até dizer que esta expressão traduz bem a tendência que existe neste concelho para uma sucessão natural dos cargos públicos.
Rui Rocha sucede a Fernando Marques. Há uma mudança. As pessoas são diferentes, mas perpetuam os mesmo modo de fazer política, a avaliar pelo naipe de presidentes da junta reconduzidos novamente para a futura equipa municipal.
Também nas escolas do concelho, pelo que fui acompanhando, há a «Mudança na Continuidade».
Vejamos, então. No agrupamento de escolas de Ansião, a recente empossada directora sucedeu ao professor Pinto Ferreira, que por sua vez sucedeu ao professor Pimentel. Houve mudança. Mas sempre na continuidade. E quando, daqui a quatro anos a directora sair, já terá um sucessor. Alguém da equipa que se encarregará de concretizar esta herança da mudança, mas sempre na continuidade. (É claro que a continuidade na mudança não é para todos. É só para alguns! Os que têm um perfil especial… (Um dia falarei disto!),
No colégio de Santiago da Guarda, a mudança tem sido sempre na continuidade! Mesmo na continuidade!
No agrupamento de escolas do Avelar, também haverá mudança, mas numa continuidade mais genuína: ficará lá o mesmo de sempre!
Tanto no poder local como nas instituições, os novos, os que não têm possibilidade de advir de uma sucessão do poder instalado, não têm hipóteses. Porquê? Porque a mudança tem que ser sempre na continuidade e nunca na descontinuidade.
Mas este fenómeno tem mais uma explicação. Ninguém quer mudar nada, no fundo! Nem eleitores nem elegíveis!
Os que estão no poder. Esses querem lá ficar para sempre. Quando não há mandatos limitados fica-se por lá eternamente até ir para a reforma! Quando há mandatos limitados inventa-se a tal «Mudança na continuidade!» Para garantir que «vou mudar, mas fico por cá na mesma, com um lugar ao sol!». Legitima-se a coisa!
Assim , nesta lógica da MUDANÇA NA CONTINUIDADE os que estão nas bordas do poder estão em fila de sucessão…E esperam com paciência que chegue a sua vez! ( Mesmo engolindo sapos, por vezes. Porque eles no fundo sabem que um dia poderão vir a ter um prémio. )
Amigos, é tempo de pensar que a mudança só se faz sem continuidade… caso contrário nunca daremos oportunidade à mudança! Estaremos sempre na mesma: estagnados!
PS: No tempo dos reis também havia mudança na continuidade. O filho varão sucedia ao pai, ou seja, tornava-se rei...mas a História demosntra que, nem sempre esta MUDANÇA na CONTINUIDADE era a melhor solução para o país! Pensem nisso!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O Sorriso do Candidato do PSD Concelhio

Andei a ver os comentários de apoio à candidatura do Dr Rui Rocha. Fiquei atónito com a superficialidade de alguns! E, não pude resistir ao facto de deixar aqui um breve registo, porque reflectem muito sobre a forma superficial e algo leviana como alguns eleitores vêem a política e escolhem os seus representantes.
Dizia um intitulado Sorriso
«Cada sorriso teu equivale a um voto, por isso já ganhaste com maioria absoluta. Todas as pessoas com quem falo, falam-me da simpatia e dos sorrisos que sempre te acompanham. E na política os assuntos, por vezes, complicados são mais fáceis de resolver, se forem acompanhados com um sorriso.Por isso, Rui, continua a sorrir e no dia dos resultados finais, irás dar uma enorme gargalhada!!!».
O sorriso poderá ganhar votos, o dos que não conseguem avaliar os candidatos para além das superficialidade física da imagem, onde o sorriso se situa. Mas a gargalhada final que o candidato poderá dar por ter os seus votos apoiados por sorrisos e a sua vitória política conquistada, pode degenerar numa depressão humilhante de cara fechada se o candidato, à medida que o seu mandato avançar, começar a sentir os apupos por não conseguir realizar as expectativas dos munícipes relativamente a um concelho gerador de emprego, de riqueza, capaz de se projectar num futuro que mereça sorrisos dos que nele vivem!
Escolher um candidato a um cargo público, com as responsabilidades de uma Câmara Municipal, pelo sorriso, só pode ser brincadeira nos tempos difíceis que vão correndo!
Os mandatos sucessivos, alguns dos quais onde esteve presente o Dr Rui Rocha, não desenvolveram uma política sustentável de desenvolvimento económico. A ilustrar isto está a enorme dívida da Câmara Municipal, que é do domínio público.
A política de actuação deste poder camarário baseou-se na estratégia clássica de contrair empréstimo, muito empréstimo, apostar nas obras públicas pouco estruturais do ponto de vista da sua utilidade prioritária, fazer da CM uma fonte de emprego certo … Enfim, apostou mal, geriu mal de acordo com a moda política da época: gastou, gastou sem estabelecer as prioridades, sem planear …
Algumas obras feitas, são, na visão do povo, pouco relevantes, não foram programadas devidamente de acordo com um plano rigoroso de prioridades. Podemos até dizer que algumas, como o emblemático Centro de Interpretação do Nabão, é uma anedota de inutilidade! ( não é preciso ser do PS, o partidinho da oposição, para o reconhecermos!)
Onde está a rede de saneamento do concelho, por exemplo? Não devia ter sido uma prioridade?
Quando a CM, o Big Patrão Concelhio, tiver que reduzir os seus gastos, vai reduzir o pessoal que nela tem emprego… Vai ter de despedir os boys para reduzir despesas… O desemprego vai andar por aí… as obras que faltam não se vão fazer…
Mas voltemos ao sorriso…
Pensar que os problemas se resolvem com um sorriso é não ter a mínima noção das responsabilidades que um Presidente da Câmara tem sobre os ombros, das competências e conhecimentos que deve possuir. Do talento, como administrador e gestor dos bens públicos, que lhe deve ser inato.
Apoiar um candidato, sem saber as grandes linhas da sua política estratégica de actuação no concelho é, não só imprudente, como imaturo. Apoiá-lo pelo sorriso é frívolo! E equivale a apoiá-lo pelo fato Armani, ou pelo relógio Rolex... Rasgado o fato, perdido o relógio, nada mais resta.
O tempo das vacas gordas passou… Não voltará, pelo que dizem os analistas e sensatos comentadores económicos! O tempo da gestão baseada na contracção do empréstimo está a esgotar-se e, até deve acabar, se houver sensatez por parte dos administradores de bens públicos e até privados. Por isso, a razão dos sorrisos vai deixar de existir, muito em breve. Sem dinheiro, ficarão as grandes rotundas e outras obras ditadas pela gestão impreparada e pela leviana ideia de progresso e de modernidade. E, o concelho ficará apenas com a solidão do seu grande território, com a memória das esbanjadoras festas do concelho, com os pequenos ódios bairristas das suas vilas, com os velhos que esperarão a morte chegar e com a juventude espalhada pelo resto do país, onde o pouco emprego conseguir subsistir.
O sorriso apagar-se-á? Ou ficaremos apenas com o sorriso enigmático da Monalisa?

sábado, 25 de abril de 2009

Como falar do 25 de Abril com ideias e convicções!

Debate G4 em Grândola


Um general, um empresário, um historiador e um repórter participaram em Grândola, no colóquio 25 de Abril - 35 anos depois. Ramalho Eanes, Belmiro de Azevedo, Pacheco Pereira e Adelino Gomes revelaram memórias, abordaram os perigos do presente e atitudes para o futuro.

Edição de António Pinto Rodrigues.
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1212460

A Mensagem do Candidato do PS sobre o 25 de Abril

O candidato do PS por Ansião escreveu sobre o 25 de Abril. O seu texto, agora disponível na página online do PS Concelhio, encontrei-o, antes, publicado num jornal.
Houve a preocupação, por parte deste cidadão, empenhado em travar uma luta política pelo PS e conquistar o poder local para a sua família política, de relembrar a data. De falar sobre ela. Mas… faltou-lhe a eloquência do pragmatismo discursivo para passar uma mensagem objectiva e clara sobre o facto histórico e os seus pressupostos ideológicos.
O texto é pouco político e, por isso, a intenção política do mesmo ficou diluída nas tintas da veia lírica, mas e um lirismo que lembra os lirismos lamechas dos ultra-românticos do século XIX!
«Abril…Abril…Abril…» à força de tanto repetir, de se perder, de se enredar nas recordações já muito matizadas de um romantismo barato, o candidato perdeu a força da palavra e do tema!
Não! Decididamente, este cidadão, não está a altura de um debate político nos nossos dias. Isto porque os nossos dias são os da palavra imediata, do pragmatismo, do preto no branco. O homem e mulher votantes exigem ideias concretas!
Há que ser mais pragmático! Um político não pode ser um lírico tem que ser um homem de ideias claras e de discurso objectivo! Um político tem que escrever para todos. Muitos dos que leram o artigo, movidos pela curiosidade do que dizia um dos seus conterrâneos, não perceberam nada! Imagino-os a dizer «Escreve bem, o Tozé Domingues!» que é que se diz quando não se percebe patavina. E muitos não percebem patavina do que aqui se quis dizer! (quando tenho que ler um texto mais do que uma vez para o perceber é porque o mesmo perdeu a força da clareza das ideias!).
Um político não deve querer escrever apenas para elites literárias ( que este nem isso faz!).
Um político quando escreve, escreve para todos e apresenta objectivamente ideias e não textos de poesia barata.
Fiquei indignado, porque os nossos cidadãos que querem subir ao poder e liderar massas continuam tão românticos hoje, como há dois séculos atrás! E a persistir neste estilo não vamos a lado nenhum!
Que se lembre o 25 de Abril, sim, que se fale da data, da história! Que se fale da ditadura do silêncio, da miséria do povo, dos «Vampiros» de Zeca Afonso (Eles comem tudo mas não deixam nada!). Que se fale disto que está tão actual! Que se fale de forma clara, objectiva, estabelecendo semelhanças e contrastes. Que se fale com espírito crítico, sem medo. Que se fale para mostrar que Abril pode ser novamente uma revolução e uma renovação da política podre que mina o país pela corrupção, pela ganância, pela falta de civismo, pelo falta de amor à pátria e ao próximo. Que se apresentem ideias claras como as manhãs de Abril, por favor!
Que se faça do 25 de Abri uma data viva. Não apenas mais um dia de feriado. Não apenas um dia para apresentar candidaturas!
A este candidato exige-se mais! Mais por Ansião.

sábado, 18 de abril de 2009

XUTOS & PONTAPÉS - Sem eira nem beira (novo disco)

http://www.youtube.com/watch?v=LKLjg1Lb03Y

O PSD e o Conselho Local de Opinião de Ansião

À primeira vista parece ser uma boa iniciativa! Inovadora! Promissora! Louvável, até!
Congregar pessoas de várias ideologias políticas ou mesmo independentes e saber a sua opinião é uma iniciativa nobre! Quem é que não sonha nos dias de hoje com uma sociedade onde todos sejam ouvidos sem estarem sujeitos às cores partidárias? Os movimentos independentes começam a ser uma moda, um sinal de modernidade na sociedade pós-moderna, cada vez mais descrente nas instituições, nos políticos e na política, tornando-se, por isso, cada vez mais apetecíveis ao cidadão comum.
Mas o que é verdadeiramente este Conselho Local de Opinião ?
A ideia nasceu nos berços do PSD concelhio. Quem promoveu a iniciativa foi o PSD concelhio. Quem protagonizou os discursos para a imprensa foi o candidato do PSD concelhio. É ele que se vê lançado para as luzes da ribalta, cada vez que este CLO reunir, porque mesmo não estando presente, o lastro laranja pairará sempre por cima das cabeças dos que reúnem, já que o que os congrega é a força laranja. Cada vez que CLO for notícia, sempre, o cidadão comum lembrará o PSD, o seu candidato e o seu espírito moderno de abertura às ideias dos outros ( e ficará impressionado e seduzido!)
Parece que a ideia inovadora do CLO promete trazer bons benefícios para a campanha do Dr Rui Rocha. O candidato está de parabéns, pela ideia, pela iniciativa, pela estratégia política colocada em prática. O CLO é, e será sempre, um painel publicitário para o candidato. Até mesmo depois de uma hipotética vitória. Quem executará as ideias do CLO será o executivo liderado pelo mesmo que lhe deu origem. O sucesso das ideias do CLO reverterão para o mesmo!
Golpe de mestre! Mas há mais…
Com este golpe estratégico:
1. Anula-se a hipótese de, surgirem, por aí, grupos de independentes a retalhar o cenário político do concelho e a dificultarem as eleições…
2. Retira-se público indeciso das franjas do PS Concelhio…
3. Passa-se a ideia de que o PSD local cresceu mais e se fortificou nas margens dos simpatizantes…

Não se pode dizer que o PSD local esteja a fazer uma campanha em cima do joelho!
E quanto aos senhores e senhoras que sob a capa da independência ou desvinculação política se anicharam neste CLO, não percebo porque é que não tiveram força anímica e cívica para caminharem com seus próprios pés, tomando as rédeas da sua agenda de reuniões, nomeando os moderadores da mesa das suas reuniões, criando a máquina da sua propaganda! Trazendo, para junto se si, sem discriminar, os candidatos do PSD e do PS.
Não percebo porque é que este grupo de cidadãos tem medo de existir sem estar colocado ao partido do poder?
Afinal o Conselho Local de Opinião não é mais do que uma máquina de campanha do PSD de Ansião e um sinal da fraqueza cívica do cidadão apartidário do concelho!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Fotografados pelo PS

A comissão política do PS, promoveu, no passado dia 8 de Março, um debate «Desafios da Mulher para uma sociedade mais Justa». Está de parabéns pela iniciativa!
Mas, ao ver as fotografias do evento publicadas no blog oficial da Concelhia do PS, tenho que considerar que caiu mais uma vez na vulgaridade da política que marca a nossa época!
Um evento de tema útil como aquele, aberto a toda a comunidade, não devia ter sido usado para promover o partido! Devia limitar-se, apenas, a contribuir para a formação das pessoas!
Mas, em tempos de campanha eleitoral à porta, a tentação de mostrar que há muitos seguidores do PS falou mais alto!
As fotografias tiradas sobre o evento foram colocadas no blog e esqueceram-se que, alguns dos presentes estiveram no debate, apenas por interesse pelo tema e não tanto por simpatia pelo PS!
Resta saber se os fotografados foram informados, previamente, do uso posterior das fotografias no blog oficial do PS! Importa, acima de tudo, observar a ética!