quinta-feira, 7 de maio de 2009

O Sorriso do Candidato do PSD Concelhio

Andei a ver os comentários de apoio à candidatura do Dr Rui Rocha. Fiquei atónito com a superficialidade de alguns! E, não pude resistir ao facto de deixar aqui um breve registo, porque reflectem muito sobre a forma superficial e algo leviana como alguns eleitores vêem a política e escolhem os seus representantes.
Dizia um intitulado Sorriso
«Cada sorriso teu equivale a um voto, por isso já ganhaste com maioria absoluta. Todas as pessoas com quem falo, falam-me da simpatia e dos sorrisos que sempre te acompanham. E na política os assuntos, por vezes, complicados são mais fáceis de resolver, se forem acompanhados com um sorriso.Por isso, Rui, continua a sorrir e no dia dos resultados finais, irás dar uma enorme gargalhada!!!».
O sorriso poderá ganhar votos, o dos que não conseguem avaliar os candidatos para além das superficialidade física da imagem, onde o sorriso se situa. Mas a gargalhada final que o candidato poderá dar por ter os seus votos apoiados por sorrisos e a sua vitória política conquistada, pode degenerar numa depressão humilhante de cara fechada se o candidato, à medida que o seu mandato avançar, começar a sentir os apupos por não conseguir realizar as expectativas dos munícipes relativamente a um concelho gerador de emprego, de riqueza, capaz de se projectar num futuro que mereça sorrisos dos que nele vivem!
Escolher um candidato a um cargo público, com as responsabilidades de uma Câmara Municipal, pelo sorriso, só pode ser brincadeira nos tempos difíceis que vão correndo!
Os mandatos sucessivos, alguns dos quais onde esteve presente o Dr Rui Rocha, não desenvolveram uma política sustentável de desenvolvimento económico. A ilustrar isto está a enorme dívida da Câmara Municipal, que é do domínio público.
A política de actuação deste poder camarário baseou-se na estratégia clássica de contrair empréstimo, muito empréstimo, apostar nas obras públicas pouco estruturais do ponto de vista da sua utilidade prioritária, fazer da CM uma fonte de emprego certo … Enfim, apostou mal, geriu mal de acordo com a moda política da época: gastou, gastou sem estabelecer as prioridades, sem planear …
Algumas obras feitas, são, na visão do povo, pouco relevantes, não foram programadas devidamente de acordo com um plano rigoroso de prioridades. Podemos até dizer que algumas, como o emblemático Centro de Interpretação do Nabão, é uma anedota de inutilidade! ( não é preciso ser do PS, o partidinho da oposição, para o reconhecermos!)
Onde está a rede de saneamento do concelho, por exemplo? Não devia ter sido uma prioridade?
Quando a CM, o Big Patrão Concelhio, tiver que reduzir os seus gastos, vai reduzir o pessoal que nela tem emprego… Vai ter de despedir os boys para reduzir despesas… O desemprego vai andar por aí… as obras que faltam não se vão fazer…
Mas voltemos ao sorriso…
Pensar que os problemas se resolvem com um sorriso é não ter a mínima noção das responsabilidades que um Presidente da Câmara tem sobre os ombros, das competências e conhecimentos que deve possuir. Do talento, como administrador e gestor dos bens públicos, que lhe deve ser inato.
Apoiar um candidato, sem saber as grandes linhas da sua política estratégica de actuação no concelho é, não só imprudente, como imaturo. Apoiá-lo pelo sorriso é frívolo! E equivale a apoiá-lo pelo fato Armani, ou pelo relógio Rolex... Rasgado o fato, perdido o relógio, nada mais resta.
O tempo das vacas gordas passou… Não voltará, pelo que dizem os analistas e sensatos comentadores económicos! O tempo da gestão baseada na contracção do empréstimo está a esgotar-se e, até deve acabar, se houver sensatez por parte dos administradores de bens públicos e até privados. Por isso, a razão dos sorrisos vai deixar de existir, muito em breve. Sem dinheiro, ficarão as grandes rotundas e outras obras ditadas pela gestão impreparada e pela leviana ideia de progresso e de modernidade. E, o concelho ficará apenas com a solidão do seu grande território, com a memória das esbanjadoras festas do concelho, com os pequenos ódios bairristas das suas vilas, com os velhos que esperarão a morte chegar e com a juventude espalhada pelo resto do país, onde o pouco emprego conseguir subsistir.
O sorriso apagar-se-á? Ou ficaremos apenas com o sorriso enigmático da Monalisa?