segunda-feira, 8 de junho de 2009

Vitória do PSD para as Europeias! Podemos aprender uma lição a nível concelhio?


O PSD conseguiu colocar-se em primeiro lugar nas eleições para o Parlamento Europeu.
A vitória foi merecida?

O mérito desta vitória foi :

1- O estilo trauliteiro do PS: o estilo impertinente, autoritário, com o gosto demasiado vincado no achincalho, no nome feio, e na procura do erro do adversário, assente no fait divers e do piropo nervoso e despropositado de que faz uso nas televisões, na AR, nas visitas públicas, em todo o lado.

2- As políticas desastrosas do PS: na saúde , na educação, na economia, na segurança…! O querer governar à força contra tudo e contra todos ao estilo dos ditadores da América latina! Não ouve as pessoas, esquece-as porque os seus imperativos não são as pessoas, nem o respeito pelas mesmas.

3-As posturas erradas do PM: assume um estilo de vendedor de Magalhães a toda a hora, de fabricante de spots publicitários, de maratonista queque, de lambe botas dos ditadores… à força de querer proveitos fáceis. ( falta-lhe trabalho pensado e reflectido de gabinete!).

4- A falta de jeito para estadista do PM: um PM não deve misturar governação com campanha eleitoral. Não pode misturar corridas com visitas de estado. Não pode fumar nos aviões depois de ter proibido o fumo em espaços fechados. Não pode usar o tempo de antena do telejornais para fazer campanha pelo PS ( este PM tem uma noção errada de estadista! Mistura tudo e considera-se acima de tudo! Tem falta de sentido de estado!).

5- A falta de ideais e convicções: tem convicções erradas ( veja-se a teimosia do TGV!).

6- O descontentamento do povo a quem já falta trabalho e comida!

7- O estilo correcto e educado e ético de Paulo Rangel, um estilo a que não é indiferente o conhecimento e a sabedoria do candidato e a boa formação moral, o seu sentido de responsabilidade pública.

8- A tenacidade e serenidade de Manuela Ferreira Leite que resistiu ao estilo trauliteiro das bocas do PS e aos vários barcos que derivam dentro do seu próprio partido.

9- À perspicácia de muitos eleitores que sabem ver, sabem pensar e sabem votar ( não muitos tendo em conta os que ainda embarcam na propaganda de foguete de aviário do PS e os que não querem saber da política para nada, graças ao descrédito em que os políticos caíram).

Conclusão: O PSD ganhou pelas virtudes de Paulo Rangel, pelo seu bom trabalho e pelos vícios e mau trabalho do PS, partido do governo, bem como pelo desespero dos portugueses que ainda votam convictos de que é necessário inverter o estado actual do país.

Agora atenção PSD local: SE fosse eu ao candidato do PSD concelhio não convidava Passos Coelho para o Jantar de Candidatura do Dr. Rui Rocha. Por acaso não é esse senhor um dos adversários críticos de Manuela Ferreira Leite? Não contribui ele para uma fissura interna do PSD. Não colocou ele com as suas posições à margem das ideologias de Manuela Ferreira Leite, o PSD em perigo de derrota (olhem o caso da votação sobre a proposta de suspensão da avaliação dos professores … os deputados do PSD faltaram… e Passos Coelho, ao contrário de Manuela Ferreira Leite era contra a votação a favor!).
Onde esteve Passos Coelho ontem quando o PSD com Paulo Rangel de Ferreira Leite assumiram a vitória? E agora o que é que esse senhor tem a dizer?

Acho que devem pensar nisso, porque uma coisa são as Europeias, outras são as legislativas e as autárquicas e o povo votante não é parvo, sabe diferenciar as pessoas!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Mudança na Continuidade!

Há uma tendência dos portugueses para serem conservadores na escolha das lideranças. E, neste concelho verifica-se essa preponderância típica.
Na política e nas instituições o concelho mostra-se conservador desde sempre.
Vejamos, é o mesmo partido que lidera há anos o poder local.
Nas escolas públicas do concelho verifica-se o mesmo, são as mesmas pessoas que assumem as chefias, apostando em pequenas variações nas equipas de trabalho.
As lideranças, é uma tendência notória, perpetuam-se mesmo que nos bastidores as suas incompetências sejam apontadas e no palco da actuação essas mesmas incompetências sejam notórias. Perpetuam-se, mesmo que sejam ineficazes! E, são toleradas!
O porquê desta monotonia de permanência nos poderes maiores e menores pode ter várias explicações:
1- Os eleitores sentem-se inseguros perante pessoas diferentes. Temem deixar de poder ver os mesmos defeitos e, de com isso, perderem o direito à censura.
2- Os eleitores sentem-se inseguros perante a possibilidade de mudança porque temem a possibilidade da competência e com ela a falta do pequeno compadrio que mina os subterrâneos dos poderes e garante as escaladas de alguns ambiciosos (e nunca se sabe quando eles, os eleitores podem ser esses ambiciosos!!).
3- Depois há todo um clima salazarento que bafiosamente ainda paira nas cabeças dos portugueses deste município que não os deixa arriscar fora dos que estão fora do poder, com medo que por eles estarem no poder, não deixem nunca de estar e, de depois serem os seus perseguidores, caso não os tenham eleito .
4- Votar nos mesmos garante tudo: a segurança de não dar um aval aos erros dos outros que não estão, nem nunca estiveram no poder e de quem têm alguma inveja secreta que esteja.
É por isto que, fartos da falta de mudança e da monotonia de serem sempre os mesmos, sem oposição que se veja, os do poder inventam umas expressões giras que fazem de conta que há mudança mas fica tudo na mesma «Mudança na continuidade».
Podíamos até dizer que esta expressão traduz bem a tendência que existe neste concelho para uma sucessão natural dos cargos públicos.
Rui Rocha sucede a Fernando Marques. Há uma mudança. As pessoas são diferentes, mas perpetuam os mesmo modo de fazer política, a avaliar pelo naipe de presidentes da junta reconduzidos novamente para a futura equipa municipal.
Também nas escolas do concelho, pelo que fui acompanhando, há a «Mudança na Continuidade».
Vejamos, então. No agrupamento de escolas de Ansião, a recente empossada directora sucedeu ao professor Pinto Ferreira, que por sua vez sucedeu ao professor Pimentel. Houve mudança. Mas sempre na continuidade. E quando, daqui a quatro anos a directora sair, já terá um sucessor. Alguém da equipa que se encarregará de concretizar esta herança da mudança, mas sempre na continuidade. (É claro que a continuidade na mudança não é para todos. É só para alguns! Os que têm um perfil especial… (Um dia falarei disto!),
No colégio de Santiago da Guarda, a mudança tem sido sempre na continuidade! Mesmo na continuidade!
No agrupamento de escolas do Avelar, também haverá mudança, mas numa continuidade mais genuína: ficará lá o mesmo de sempre!
Tanto no poder local como nas instituições, os novos, os que não têm possibilidade de advir de uma sucessão do poder instalado, não têm hipóteses. Porquê? Porque a mudança tem que ser sempre na continuidade e nunca na descontinuidade.
Mas este fenómeno tem mais uma explicação. Ninguém quer mudar nada, no fundo! Nem eleitores nem elegíveis!
Os que estão no poder. Esses querem lá ficar para sempre. Quando não há mandatos limitados fica-se por lá eternamente até ir para a reforma! Quando há mandatos limitados inventa-se a tal «Mudança na continuidade!» Para garantir que «vou mudar, mas fico por cá na mesma, com um lugar ao sol!». Legitima-se a coisa!
Assim , nesta lógica da MUDANÇA NA CONTINUIDADE os que estão nas bordas do poder estão em fila de sucessão…E esperam com paciência que chegue a sua vez! ( Mesmo engolindo sapos, por vezes. Porque eles no fundo sabem que um dia poderão vir a ter um prémio. )
Amigos, é tempo de pensar que a mudança só se faz sem continuidade… caso contrário nunca daremos oportunidade à mudança! Estaremos sempre na mesma: estagnados!
PS: No tempo dos reis também havia mudança na continuidade. O filho varão sucedia ao pai, ou seja, tornava-se rei...mas a História demosntra que, nem sempre esta MUDANÇA na CONTINUIDADE era a melhor solução para o país! Pensem nisso!